segunda-feira, 27 de julho de 2009

Os melhores investimentos da sua vida

Aplique bem o seu dinheiro. Seleccionei as apostas mais inteligentes e seguras para si. Porque para que possa progredir é preciso pensar a longo prazo na saúde, na carreira e na sua independência.

Não é preciso (nem é sensato) fazê-los todos de uma vez, mas é essencial pensar no futuro, pôr as coisas em perspectiva e apostar na sua autonomia, segurança e até numa imagem adequada. Confira algumas das melhores apostas financeiras a curto, médio e longo prazos.

APOSTE NUM AUTOMÓVEL

Andar de transportes públicos pode ser bom para poupar dinheiro e ajudar o ambiente mas pesa na qualidade de vida. Depender da boleia de terceiros é tudo menos um passo em direcção à autonomia. A primeira escolha que se põe é entre a compra de um automóvel novo ou de um usado de qualidade. Em qualquer dos casos, é importante não se deixar 'apanhar' pelo primeiro rodinhas charmoso que lhe aparecer. Tenha o cuidado de: . Estabeleça para si quanto pode pagar pela prestação do carro. Os especialistas bancários aconselham a que este valor não ultrapasse 30% do seu rendimento líquido. Não discuta este valor com o vendedor.

. Defina, antes, a modalidade de pagamento que mais lhe convém: a pronto, em leasing, a crédito (não se esqueça de ler as letrinhas pequeninas)...

. Anote todas as informações sobre os veículos que mais lhe interessam: preço dos seguros, valores pagos nas assistências, características mecânicas, valor de mercado.

. Negoceie sempre o melhor preço; não se acomode ao primeiro valor.

. Leia todos os documentos antes de assinar e exija as assinaturas devidas por parte da entidade vendedora.

Se for empresária ou profissional liberal com contabilidade organizada, pode amortizar o valor do carro no seu IRS, em parcelas anuais, num prazo que pode ir de quatro a oito anos. O número de viaturas deve ser na proporção de um por cada titular de rendimentos ou empregado. Esteja preparada para comprovar a indispensabilidade das viaturas.

Se optar por um usado: A vantagem é a poupança. Em média, a cada quatro anos o preço de um automóvel desvaloriza para cerca de metade do seu valor inicial. O ideal é procurar veículos com mais de três anos e menos de oito e cuja quilometragem esteja abaixo dos 120 mil quilómetros. Procure conhecer o historial de assistências mecânicas; consulte o livro de assistência do veículo ou as facturas de antigas idas à oficina.

Se por um lado é a alternativa mais económica de ter meio de transporte próprio, por outro é difícil avaliar a qualidade da máquina, sobretudo se a comprarmos a um particular. Nos standes de usados de qualidade os vendedores são obrigados por lei a dar uma garantia do veículo (que convém estar consigo por escrito).

Se quer carro novo: Tenha em conta que, para além das despesas de compra, será preciso gastar dinheiro em burocracias. Normalmente é o stande que se responsabiliza pela tarefa, mas o dinheiro sai do seu bolso. Faça as contas ao imposto do selo, às despesas de manutenção, ao combustível e ao seguro antes de comprar.

ESCOLHA BEM O SEU COMPUTADOR PORTÁTIL

É mais leve, ocupa menos espaço, permite liberdade de movimentos e de rotina de trabalho. Um bom portátil ainda é mais caro do que um computador pessoal de secretária com a mesma potência e o mesmo tipo de software instalado, mas têm vindo a ficar mais baratos nos últimos anos. É um investimento vantajoso se o seu trabalho a obriga a viagens frequentes, se tem uma investigação em mãos que a levaria a gastar muitas horas de biblioteca e se a sua rotina de trabalho não passa necessariamente por estar oito horas à mesma secretária. Poupa tempo... e tempo é dinheiro.

Se precisa de acesso constante à Internet, deve optar por uma ligação sem fios em sistema de banda larga. Algumas das principais empresas de telecomunicações já disponibilizam este serviço fora de casa, em algumas zonas das principais cidades e vilas portuguesas. É o caso da PT e agora também da Clix. Para isso basta estar perto de um hotspot (ponto quente), um local público onde exista equipamento que permita acesso à Internet a quem tiver um modem apropriado. A lista de hotspots da PT está disponível em http://adsl.sapo.pt/serv_wifi3.html.

OPTE POR ADQUIRIR CASA PRÓPRIA

Há 80 anos Virginia Wolf escrevia um livro onde avançava a ideia de que uma das condições para a independência feminina era ter habitação própria, paga com os rendimentos do seu trabalho. Chamou-lhe 'Um Quarto Que Seja Seu'. Nós assinamos por baixo, mas remodelamos o conceito. Ter casa própria dá-lhe uma mais-valia patrimonial. Ao contrário de um carro, por regra os imóveis são investimentos seguros, porque estão sempre a valorizar.De 1970 a 2001 o número de casas em Portugal continental duplicou, apesar da população só ter crescido 18%. A baixa de juros no crédito dos últimos anos ajudou ao incentivo à compra de casa própria.

Poupar primeiro, comprar depois: Faça um crédito poupança-habitação e poupe durante alguns anos. O empréstimo pedido à banca será menor. Antes de comprar: Não são só os acabamentos, o espaço, a arrumação e a luz natural que devem pautar a sua escolha.Bons acessos rodoviários, transportes públicos, farmácias, infra-estruturas de saúde, supermercados, escolas e zonas verdes valorizam o seu investimento.

TENHA UM GUARDA-ROUPA SENSATO

Não se trata de uma despesa e sim de um investimento, sobretudo para mulheres com carreiras que requerem uma apresentação formal e mais cuidada. Há três grandes investimentos a fazer num guarda-roupa: um excelente fato para o Verão, outro para o Inverno e um bom sobretudo. Aposte em cortes perfeitos, de cair impecável (se necessário mande fazer por medida), num tecido de boa qualidade.

. Se optar por um conjunto de saia e casaco, note que o joelho é o comprimento ideal para a saia. Um fato com calças é sempre mais prático e polivalente.

. Escolha um corte clássico e feminino, que possa durar várias estações, em cores como o preto, cinza, azul ou bege.

. Se passa muito tempo sentada, opte por um tecido que se amarrote pouco.

COMPRE UM TELEMÓVEL EM QUE POSSA CONFIAR

Se a sua profissão a obriga a estar permanentemente contactável, é importante investir num equipamento que lhe permita falar bastante e que não a deixe pendurada todos os dias por falta de bateria. Na altura de escolher tenha em conta: . A ergonomia certa: O manuseamento deve ser fácil e rápido; atender e desligar deve poder ser feito num gesto simples. Não é necessário apostar num equipamento com menos de 100 g. Quanto mais pequeno for, mais caro é e mais fácil se torna perdê-lo. A qualidade do microfone e de escuta é o mais importante. Por mais que lhe seja útil ter um telefone com câmara fotográfica ou MMS, não se esqueça de que um telemóvel serve, sobretudo, para fazer e receber chamadas de voz.

Outros equipamentos podem ser uma mais-valia: O sistema de alta voz ou a tecnologia bluetooth permitem-lhe atender chamadas mesmo quando tem as mãos ocupadas.

INVISTA NUM PLANO POUPANÇA-REFORMA (PPR)

Pode parecer-lhe que a reforma está a anos-luz, mas, quando tanto se teme pela falência do sistema de pensões, começar a poupar cedo para os anos dourados é uma solução a pensar seriamente. Antes, só compensava fazer um depois dos 35 anos. Mas as coisas mudaram. 'A partir da altura em que se começa a ter mais estabilidade na carreira, é sempre um bom investimento a fazer', opina Natividade Ramalho, gerente de balcão numa instituição bancária. 'Enquanto complemento de reforma, é um bom produto financeiro.'

Como fazer: Ao balcão de qualquer instituição bancária. Este plano consiste em depositar um montante mensal no banco, que servirá de complemento à sua futura reforma. O capital investido tem uma taxa de juro mínima garantida a reverter a seu favor. Depois dos 65 anos poderá receber o seu complemento sob a forma de uma renda mensal ou na totalidade do montante. Não pode mexer nesse dinheiro pelo menos durante cinco anos. Se ao fim desse tempo desejar o reembolso, pode fazê-lo, mas declarando ao fisco.

Atenção: Antes, os PPR podiam ser deduzidos nos impostos, mas essa situação não vai ser contemplada no IRS de 2005. No entanto, prevê-se que estes planos possam voltar a ser alvo de benefícios fiscais.

FAÇA UM SEGURO DE SAÚDE

A grande vantagem de pertencer a um sistema de saúde privado é não existirem praticamente listas de espera. Também pode escolher o médico que mais lhe convém numa rede de prestadores de cuidados médicos que tenham acordos com a instituição bancária ou seguradora responsável pelo plano.

Existem algumas reservas: Irão perguntar-lhe todas as doenças familiares ou crónicas que possa ter no seu historial clínico e o seu seguro não contempla o pagamento dessas despesas. Acidentes de trabalho, cirurgias estéticas, tratamentos de fertilidade ou métodos de controlo de natalidade também não são contemplados. Alguns seguros não cobrem as despesas de parto, pelo menos até um certo montante.Informe-se bem sobre as despesas de saúde que não são contempladas antes de assinar o contrato.

Pensando em encargos: Um casal de 40 anos, com dois filhos, pode gastar uma média de €100 mensais num seguro de saúde que cubra assistência nacional básica. Os montantes variam de instituição para instituição e de plano para plano quanto maior for o leque de assistência médica contemplada, mais pagará. A boa notícia é que estas despesas são dedutíveis nos impostos.

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