Quando os laboratórios de cosmética da Chanel decidiram criar um novo creme regenerante antienvelhecimento tinham um objectivo estabelecido pelo seu Centro de Pesquisa Cutânea: estimular cinco factores vitais da pele através dos quais é possível agir globalmente sobre o envelhecimento. E, para o fazer, havia dois caminhos possíveis: encontrar uma 'equipa' de vários activos (mas, em Biologia, o todo nem sempre é igual à soma de várias partes) ou descobrir um único activo capaz de fazer tudo sozinho, o que é mais complicado. Mas qual é o cientista que não adora um bom desafio?Com a colaboração de etnobotânicos, a marca descobriu que existem umas moléculas, de seu nome poli-cetonas, que conseguem lutar contra o declínio da pele em várias frentes ao mesmo tempo, e que se sabe existirem nas vaniláceas (baunilhas). O senão é que estas plantas contêm outras coisas que não interessam e que até podem ser nefastas. Por isso, a marca desenvolveu um novo processo de purificação, o polifraccionamento, que permite isolar só o que interessa neste caso, menos de 1% das moléculas que compõem a planta. É a história deste processo inovador e do caminho desde a planta até ao creme que aqui lhe desvendamos em exclusivo.
Entre as 117 variedades de baunilha que crescem no mundo, os cientistas da Chanel elegeram a vanilla planifolia, nativa de Madagáscar, como fonte ideal dos activos usados no novo creme Sublimage. Para assegurar o seu fornecimento, a marca estabeleceu no Nordeste da ilha uma plantação desta baunilha, regida pelos princípios da agricultura biológica e do comércio justo. "A cultura é biológica por respeito à população local", explica Xavier Ormancey, director do Centro de Pesquisa Cosmética da marca. "Não queremos chegar lá, retirar o que nos interessa e poluir tudo em redor."
A colheita dura três semanas e é feita de manhã, para que o primeiro extracto da planta possa ser feito logo nesse dia. As características da plantação e do processo de extracção dos activos condicionam o volume de produção do creme, que não pode ser feita em larga escala. Por isso, o número de potes produzido por ano está mais próximo da exclusividade da alta costura do que da acessibilidade do pronto a vestir.
A cultura da planta exige uma dedicação e precisão dignas da alta costura e as mãos das mulheres que colhem as vagens têm de ter a agilidade sábia das que se afadigam a pespontar e a bordar nos ateliês Chanel antes de um desfile. As plantas levam três anos a crescer e as suas flores têm de ser polinizadas à mão, uma a uma. Durante os sete meses seguintes vão nascer e crescer os frutos: tenras vagens verdes recheadas de um suco rico em preciosas policetonas (os activos usados no creme). A colheita das vagens é feita quando estas têm precisamente 14cm, quando as policetonas atingem a máxima qualidade e quantidade.
As vagens colhidas são cortadas e é feito localmente um primeiro suco, que é enviado para os laboratórios da marca no Sul de França, onde passará pelas restantes fases da purificação. São necessários 105 quilos de vagens para produzir 1 quilo do extracto planifolia PFA, altamente concentrado nas policetonas que constitui o activo principal do creme. "Teria sido mais fácil, mais simples e mais barato fazer as policetonas por via química diz Xavier Ormancey, mas a mesma molécula, consoante é de origem natural ou sintética, nunca é igual. A natural foi feita por uma 'fábrica' natural, que é a planta, e todos os seus átomos vêm directamente da Natureza. Ora nós somos um sistema vivo e há sempre maior afinidade do natural com o natural. Por isso, preferimos tomar a Natureza na sua integridade, seleccionando apenas a parte que nos interessa, do que ir pela via sintética."
O processo de polifraccionamento inventado pela Chanel permite manter a quintessência da planta, purificada e poderosa. Imagine que tem uma caixa com bolinhas de várias cores. A si interessam-lhe apenas as amarelas e, das outras, apenas as suficientes para que as amarelas façam bem o seu trabalho.Num processo de purificação tradicional, é praticamente impossível eliminar selectivamente o que não se quer. Mas com o polifraccionamento é possível isolar apenas e só o que interessa da planta. O extracto polifraccionado é mil vezes mais potente do que o tradicional e contém 42 vezes mais policetonas. E, como explica o director do laboratório, "é um processo inteiramente natural, físico e não químico. Não usamos solventes, não há bioquímica, não há transformação". Apenas selecção: como uma mão que simplesmente tirasse da caixa as bolinhas que não interessam.E isso, acredite, é uma grande inovação.
Xavier Ormancey, não é um director de laboratório convencional. Verdadeiro Indiana Jones da cosmética, o cientista passa vários meses a correr mundo à procura de activos úteis para nos ajudar a manter uma pele jovem. "Quando precisamos de uma molécula para agir num dado mecanismo da pele, e ela não existe, vamos procurá-la, seguindo as pistas dadas pelos botânicos para encontrarmos as plantas onde essas moléculas podem estar." Foi assim que ele descobriu as policetonas para o novo creme... numa discreta baunilha de Madagáscar.
Uma vez integrado no creme, o extracto de baunilha consegue agir selectivamente sobre vários factores vitais da pele, trabalhando ao mesmo tempo a nível das rugas, firmeza e densidade, hidratação, textura, uniformidade e luminosidade. É certo que esta capacidade de múltipla acção estava já nas policetonas (por isso a marca se dá a tanto trabalho para as recolher), mas é o processo de purificação que preserva e concentra essas capacidades. A afinidade do extracto com a pele é extraordinária, ajudada pela textura especial do creme: rica e luxuosa como cachemira. Se a sua pele é seca e já começa a precisar de uma ajuda extra para manter ou recuperar um aspecto jovem, vai gostar deste regenerante global que luta contra todos os sinais de idade de uma só vez. Use diariamente ou em cura para enfrentar os dias mais frios. €230.
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